“Poucos países da América Latina têm um centro assim”, afirma Francisco Lee sobre o CPJ






Snyder voltou a ganhar uma medalha de ouro no Brasil: ele venceu sua categoria nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: UWW

Francisco Lee durante premiação da melhor atleta do torneio feminino, Victoria Anthony (EUA). Foto: Mayara Ananias/Divulgação

David Moreira interrompeu o jejum do estilo livre masculino em pan-americanos. Foto: Mayara Ananias/ Divulgação


08/05/2017
Presidente da United World Wrestling das Américas reforça a evolução dos brasileiros e destaca a importância da realização dos Jogos Olímpicos na América do Sul para as lutas
Em um Campeonato Pan-Americano de Wrestling, é comum ver três países no topo do pódio: Estados Unidos, Canadá e Cuba. Consideradas as potências do esporte nas Américas, as nações têm os nomes a serem batidos pelos demais. Contudo, aos poucos o Brasil tem ocupado posições de mais destaque na competição continental. Tanto no estilo greco-romano quanto no wrestling feminino, durante o torneio realizado neste fim de semana em Lauro de Freitas (BA), os atletas da casa figuraram em terceiro lugar por equipes. Uma aliada a esse melhor desempenho é a estrutura hoje disponível para treinos e competições.
Em todo o país há locais com equipamentos comprados por meio de convênios da Confederação Brasileira de Wrestling (CBW) com o Ministério do Esporte. Além disso, a modalidade usufruiu pela segunda vez, na Bahia, da estrutura do Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), vinculado à Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Antes do Pan-Americano, o espaço já havia sediado o Mundial Júnior de lutas em 2015. Palco do torneio deste fim de semana, o complexo recebeu elogios do presidente da United World Wrestling (UWW) das Américas, o guatemalteco Francisco Lee, reeleito no cargo na última quinta-feira (04.05).
“Este é um projeto invejável. Eu conheço poucos países da América Latina que têm um centro assim. Entendo que é para a especialidade de judô, mas o centro não tem só a instalação de competição. Também tem alojamento para os atletas ficarem concentrados e salas administrativas para a equipe técnica”, ressalta o dirigente. “É um projeto que será exemplo para um dia termos o nosso centro de lutas. O judô é um esporte que dá muitas medalhas mundiais e olímpicas, mas as lutas também começarão a dar, tenho certeza”, aposta.
O dirigente considera a realização da primeira edição dos Jogos Olímpicos na América do Sul como outro grande incentivo para o esporte. O wrestling faz parte do programa dos Jogos desde a primeira edição do evento na Era Moderna, em 1896, mas foram necessários 120 anos entre a estreia na Grécia até o ano passado, no Rio de Janeiro, para que as disputas chegassem ao solo sul-americano.
Lee destaca que, com as Olimpíadas por aqui, a modalidade ganhou um destaque igualmente histórico. “Foi importante porque deu oportunidade aos atletas de competir em seu continente e porque muitas pessoas desta parte do mundo não conhecem muito o nosso esporte, apesar de ser um dos fundadores do movimento olímpico”, analisa. “Os Jogos nos ajudaram a ter muita cobertura, com recordes de audiência na televisão, na internet. Isso foi muito importante”, comenta.
Nível brasileiro
Para o presidente da entidade, o Brasil está no caminho certo para chegar ao topo do esporte ao lado de outras potências. Em Lauro de Freitas, os brasileiros conquistaram, ao todo, sete medalhas, sendo quatro de prata e três de bronze. “Ganhar uma medalha de bronze pode parecer algo pequeno, mas é um grande mérito porque eles estão competindo contra equipes e atletas de nível mundial”, ressalta.
A avaliação que temos que fazer no Brasil é do que já foi feito até agora e do que pode ser feito no futuro. Até agora está muito bom porque vocês começaram uma equipe praticamente do zero, não existiam lutadores internacionais do Brasil. Hoje em dia vocês já têm medalhas internacionais e aqui também estão ganhando”, acrescenta, destacando a prata conquistada por Aline Silva no Mundial de 2014 e o ouro de Joice Silva nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015.
Lee prevê, ainda, um futuro promissor para as próximas gerações. “Creio que o futuro para o Brasil é muito grande. Aqui já há vários treinadores estrangeiros trabalhando e há alguns treinadores locais com capacitação e nível para estar a cargo de suas próprias seleções nacionais”, aponta.
Fenômeno americano
Neste domingo (07.05), foram realizadas as disputas do estilo livre masculino. E todas as atenções do ginásio foram voltadas para o norte-americano Kyle Snyder (97kg), atual campeão olímpico, mundial e dos Jogos Pan-Americanos. Com apenas 21 anos, Snyder superou todos os oponentes do dia por 10-0, sem sofrer um ponto sequer nos combates. Logo na estreia, venceu o brasileiro Felipe de Oliveira, antes de passar pelo canadense Nishan Randhawa na semifinal e de derrotar o dominicano Luis Miguel Sosa na decisão.
Os tantos títulos são atribuídos por ele a uma questão de fé. “Eu acho que o mais importante é a minha relação com Cristo. Acreditar e ter fé nele me dá força para ficar menos ansioso e nervoso antes de competir, e mais empolgado e motivado para treinar. Meus pais, amigos e companheiros de treino também me ajudam muito e me permitem continuar crescendo e melhorando”, acredita o atleta, que aprovou a experiência olímpica no Rio de Janeiro. “Eu amei a estrutura, a vila, as pessoas foram muito simpáticas. Fui ao Pão de Açúcar, ao Cristo Redentor, à Praia de Copacabana. Foi muito legal”, relembra.

A medalha brasileira do dia ficou por conta de David Moreira, de apenas 19 anos, que faturou a prata na categoria até 61kg (não olímpica). “Toda competição sênior é de nível alto. Estou no meu último ano de júnior e consegui essa conquista para o Brasil, o que para mim é muito importante”, comemora o atleta do Amazonas, derrotado na final pelo cubano Dabian Quintana (10-0).
Antes de chegar à decisão, o brasileiro venceu o chileno Yerson Buitrago (14-8) e o dominicano Tommy Sanchez (19-15). A prata de David foi a primeira medalha do país no estilo livre masculino em um Pan-Americano desde 2011. “Para mim é uma honra representar o Brasil e trazer essa medalha”, celebra.
Lincoln Messias (70kg) e Felipe de Oliveira (97kg) também lutaram pelo bronze, mas não conseguiram subir ao pódio. Os brasileiros foram derrotados por Mauricio Sanchez (14-3), do Equador, e pelo canadense Nishan Randhawa (10-0), respectivamente.
De Lauro de Freitas (BA), Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br




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