Indústria automobilística precisa ganhar eficiência para continuar batendo recordes

omento, mais que crescer, ela precisa ganhar eficiência com planejamentos logísticos mais elaborados”, avalia Antonio Wrobleski Filho
Crédito da Foto: Alexandre Facciolla

 
A empresa especializada em informações do mercado automotivo, Jato Dynamics, acaba de anunciar que o Brasil consolidou a quarta posição no ranking mundial de venda de veículos. O resultado foi obtido com o aumento de 6,5% na comercialização em 2010.

Este é mais um número expressivo que a indústria automobilística se acostumou a apresentar nos últimos tempos. E o ambiente econômico indica que ainda há espaço para crescer mais. A questão, agora, nem é procurar consumidores, mas avaliar se a indústria será capaz de atender a demanda.

“A indústria automobilística está operando perto do limite e, neste momento, mais que crescer, ela precisa ganhar eficiência com planejamentos logísticos mais elaborados”, avalia Antonio Wrobleski Filho, sócio da AWRO Participações e Logística e especialista em logística e transporte.

Segundo ele, é necessária uma análise detalhada de toda a produção e a identificação de eventuais melhorias nas diversas etapas. “Neste processo, a movimentação e a armazenagem de peças e produtos, além das questões fiscais peculiares do Brasil, concentra a maior parte dos custos e perda de produtividade. Conseqüentemente é onde mais se pode ganhar eficiência. Ou seja, a solução é investimento em inteligência logística”, explica.

Wrobleski está convencido de que a maior parte dos investimentos da indústria automobilística será direcionada para essa área. E, segundo ele, não vai ser pouco. “Vamos entrar agora em um novo ciclo de investimentos como o que assistimos no início dos anos 90. Entre 1993 (US$ 960 mi) e 1995 (US$ 1,8 bi) eles dobraram. Em 2008 o total foi de US$ 3,1 bi e, apesar de ter ocorrido uma queda para US$ 2,7 bi em 2009 por conta da crise, com a recuperação podemos esperar algo em torno de US$ 6 bi até 2013”, projeta o especialista.

Essas previsões não se devem ao otimismo, mas aos fatos, garante Wrobleski. “Existe ainda muito potencial a ser explorado. No Brasil temos uma relação de 6,9 habitantes por veículo. Nos EUA é de 1,2, Polônia 2,0, México 4,0 e Argentina 4,7”, compara. Ele lembra que o México, em 1999, tinha um coeficiente semelhante ao brasileiro (6,8) e baixou essa referência para 4,0 em 2008.

“Se tivéssemos a mesma relação que o México, por exemplo, nossa frota subiria de 27,4 mi para 47,5 mi. É um salto extraordinário considerando que nos últimos 10 anos o número de veículos no Brasil aumentou em apenas em 9 milhões de unidades e todos concordam que foi um período excelente”, compara.

Wrobleski acredita que esse crescimento será sustentado pelo novo perfil do consumidor brasileiro, que confia na economia e aprendeu a conviver em um ambiente em que tem crédito à disposição. “Tenho certeza que a marca de 5 milhões de veículos/ano é perfeitamente factível em curto prazo e as montadoras estão se preparando para isso buscando mais eficiência”, diz.

Agora, avalia, é o momento de os operadores logísticos tomarem a iniciativa e apresentarem soluções inovadoras para as montadoras. “Será necessário desenvolver planejamentos exclusivos, considerando as particularidades de cada operação e até a cultura da montadora, que é diferente dependendo da origem européia, americana ou asiática”, explica.

Além deste planejamento mais elaborado, para atender adequadamente às demandas os operadores logísticos também terão que apresentar poder de investimento. “Serão implantadas operações de grande porte, que poucas empresas têm recursos para suportar”, diz. Ele vê nas fusões e aquisições uma reposta para mais operadores se habilitarem para a tarefa. “Esses movimentos já estavam se intensificando nos últimos anos por conta de um processo natural do setor. O novo cenário do setor automobilístico, no entanto, está atraindo ainda mais os investidores e isso deve acelerar a consolidação no setor de logística como ocorreu com a construção civil, por exemplo,” finaliza Wrobleski.

Fonte
Natalia Kfouri
Vanessa Costa

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